sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Língua Portuguesa: Variação Linguística

Definição: A variação linguística é o modo pelo qual a língua se diferencia de acordo com o contexto históricogeográfico e sócio-cultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbalmente.

Vídeo Complementar:

Anotações:

    • Variação padrão (Norma culta): está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo geral.
    • Variação Coloquial: caracteriza se por não ter planejamento prévio, construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases curtas e conectores simples.
    • Variação Informal: caracteriza-se pelo uso de ortografia simplificada, de construções simples, é geralmente usado entre membros de uma mesma família ou entre amigos.
    • Variação sócio-cultural: está diretamente ligada aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução de uma determinada pessoa (Exemplos: as gírias, os jargões).
    • Variação situacional: incluem as modificações na linguagem decorrentes do grau de formalidade da situação ou das circunstâncias em que se encontra o falante.
    • Variação regional (geográfica): refere-se a diferentes formas de pronúncia, às diferenças de vocabulário e de estrutura sintática entre regiões (Exemplo: a mistura de cimento, água e areia, se chama betão em Portugal; no Brasil, se chama concreto).
    • Variação histórica:  acontece ao longo de um determinado período de tempo e pode ser identificada ao serem comparados dois estados de uma língua (Exemplo: vossa mercê, você).
    • Jargão: conjunto de termos específicos usados entre pessoas que compartilham a mesma profissão (Exemplo: para os advogados peticionar significa entrar com a ação ou pedir para o juiz).
    • Variação da internet: linguagem utilizada no meio virtual (Exemplos: blz, vc, kkk).

Questões:

1 (ENEM 2006)
Aula de português
A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?
Professor Carlos Gois, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.
O português são dois; o outro, mistério.

Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.

Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em

A) situações formais e informais.
B) diferentes regiões do país.
C) escolas literárias distintas.
D) textos técnicos e poéticos.
E) diferentes épocas.



2 (ENEM 2006)

No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para receber o salário. Eis parte da cena: Não se conformou: devia haver engano. (…) Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria? O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurarserviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não.

Graciliano Ramos. Vidas Secas. 91.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.

No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo no vocabulário. Pertence a variedade do padrão formal da linguagem o seguinte trecho:

A) “Não se conformou: devia haver engano”.
B )“e Fabiano perdeu os estribos”.
C)“Passar a vida inteira assim no toco”.
D)“entregando o que era dele de mão beijada!”.
E) “Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou”.



3 (ENEM 2007)

As dimensões continentais do Brasil são objeto de reflexões expressas em diferentes linguagens. Esse tema aparece no seguinte poema:

“(….)
Que importa que uns falem mole descansado
Que os cariocas arranhem os erres na garganta
Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais?
Que tem se os quinhentos réis meridional
Vira cinco tostões do Rio pro Norte?
Junto formamos este assombro de misérias e grandezas,
Brasil, nome de vegetal! (….)”

(Mário de Andrade. Poesias completas. 6. ed. São Paulo: Martins Editora, 1980.)

O texto poético ora reproduzido trata das diferenças brasileiras no âmbito

A) étnico e religioso.

B) linguístico e econômico.

C) racial e folclórico.

D) histórico e geográfico.

E) literário e popular.

Respostas:

1-A 2-A 3-B

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